A importância da Voz e das Expressões Corporais aos Líderes

Escrito por: Daniel Mendonça e Cintia Matsumoto Mendonça.

Certa vez, um sócio-diretor de uma empresa de médio porte me procurou, para entender o porquê de não conseguir desenvolver habilidades importantes de liderança, mesmo após ter frequentado vários cursos destinados a esta finalidade. Foram cursos de oratória, cursos de gerenciamento do tempo, trabalho em equipe, técnicas de negociação, de eliminação de stress, etc. Inclusive, já havia participado de sessões de coaching, e, anos antes, de sessões de terapia psicológica. Algumas habilidades de certa forma foram aprimoradas, mas, na prática, os resultados junto a sua equipe, em sua empresa, jamais apresentaram avanços significativos, algo muito frustrante para alguém responsável por uma empresa de significativo valor de mercado.

Ao conviver com este dirigente por alguns dias, vendo-o atuando junto a sua equipe, percebi sinais importantes a serem resolvidos. Para tanto, convoquei-o para uma reunião particular e a primeira coisa que fiz foi lançar importante questionamento:

– Me diga, embora você tenha investido muito tempo e dinheiro no desenvolvimento de suas habilidades como líder, o que você realmente acha que está ocorrendo?

– “Acredito que liderança seja assim: ou tem as condições básicas para ser um líder, ou não tem. Acredito que as habilidades tão requeridas não podem ser absorvidas em treinamentos. É a conclusão que tenho chegado. Digo isso, porque eu pratico com a minha equipe todas as falas, todos os comportamentos que me orientaram seguir. Equilibro bem as críticas e os elogios, tento criar um clima de participação nas decisões, ofereço benefícios diferenciados, ofereço eventos internos que possam aliviar a pressão e o cansaço do trabalho, tudo isso. Percebo que alguns poucos profissionais se aproximaram mais de mim com o tempo, mas não é o que ocorre com a maioria”.

– Entendo teu posicionamento, após vários esforços desprendidos para melhorar sua atuação como líder. Mas… E se eu disser que existem em você pequenos bloqueadores que tem sabotado boa parte das suas iniciativas positivas como líder? Quando eu digo isto, você consegue imaginar o que seja?

– “Hum, não sei, mais ou menos. Seria algo em mim, alguma característica minha bem em particular?”.

– Exatamente. Seria mais ou menos isso, sim. Vou te falar sobre o que é e então você saberá exatamente que apoio consultivo você precisará buscar, para eliminar esses bloqueadores…

Foi então que comecei a explicar ao Diretor sobre a importância das microexpressões, linguagem corporal e voz, no que tange a equilibrar a comunicação verbal com os sinais – informações – que todos nós transmitimos visualmente. Em nosso trabalho voltado a Alta Performance, dominar estes conceitos é algo importantíssimo. Por exemplo: no que tange às microexpressões, sabemos, por experiência, que pessoas que repassam informações sem que acreditem fielmente nelas, geralmente apresentam pequenas e sutis alterações no tom e timbre de voz, assim como pequenos movimentos involuntários na musculatura facial, além de movimentos específicos com as mãos e ombros. Tudo isso é percebido em profissionais que vendem um produto que, como clientes, jamais comprariam. Nós, como conhecedores do assunto, percebemos os sinais de maneira consciente. Os clientes, embora não conheçam tecnicamente sobre isso, percebem os mesmos sinais e os absorvem de maneira inconsciente.

No caso específico do Diretor do nosso estudo de caso, seu bloqueador era um pouco diferente: ele possuía um rosto, digamos assim, muito “carrancudo”. Ou seja, uma expressão facial de uma pessoa muito séria e de aparência nervosa. De forma mais específica, este bloqueador se concentrava principalmente aos arredores da boca, com protusão dos lábios, tencionando a musculatura orbicular dos lábios. Melhor explicando: uma boca em forma bico. Por conta disso, embora se esforçasse para repassar informações positivas o tempo todo a sua equipe, suas expressões faciais viviam em conflito… E o problema disso é que nós, seres humanos, somos mais visuais, do que auditivos.

Antes de falar sobre a solução dada ao Diretor, deixe eu acrescentar rapidamente outro caso: outro executivo nos procurou relatando problemas similares em termos de liderança e, neste caso, ciente do seu bloqueador: sua voz de característica infantil. Seu objetivo era conseguir alterar sua voz para algo coerente com as suas características físicas e com a sua posição de executivo. Sua voz, durante toda a sua vida, foi um problema tanto em seus relacionamentos profissionais – perdeu inúmeras oportunidades, em virtude da falta de confiança transmitida por sua voz–, quanto em seus relacionamentos pessoais.

Para os dois casos relatados, unimos três trabalhos específicos:

  • Coaching;
  • Aconselhamento;
  • E, o mais importante: o de Aprimoramento das Habilidades de Comunicação (Voz e Expressões).

Unificamos, assim, algumas técnicas voltadas à gestão e técnicas específicas da Fonoaudiologia, para conseguirmos resultados reais para estes líderes. Construímos um modelo realmente de valor, principalmente por conta da competência da Fonoaudiologia em tão rapidamente eliminar os bloqueadores e energizar as expressões mais positivas.

Queremos concluir algumas coisas importantes com tudo isso:

  • Há habilidades profissionais que, juntas, podem gerar valor de maneira mais rápida e com maior qualidade, do que se trabalhadas separadamente: é o que estamos atingindo com a Administração e a Fonoaudiologia. Certamente, não há limites para que diferentes disciplinas se unam em prol de um ganho maior à sociedade. Aliás, é disso que se trata uma consultoria de Alta Perfomance.
  • Liderança é algo extremamente sério: por este motivo, não podemos menosprezar pequenos detalhes que, por menor que sejam, acabam por moldar o perfil e a conduta dos diferentes líderes que conhecemos.
  • Em especial, precisamos valorizar nossa comunicação em todos os sentidos. A comunicação é a principal área de conhecimento do Gerenciamento de Projetos. É a principal disciplina que sustenta a Gestão de Crises, Gestão de Riscos, etc.. Então, podemos imaginar o efeito que possui em nossas vidas, certo?

Este é um rico trabalho que eu, como Administrador, e a Cintia Matsumoto, como Fonoaudióloga, temos conduzido de maneira diferenciada, para elevarmos o desempenho das pessoas através dessa área de conhecimento. Escreveremos muito mais sobre Habilidades de Comunicação, e, em especial, sobre técnicas de aprimoramento da voz e expressões corporais.

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