Como Ser Verdadeiramente Feliz, Alterando a Percepção sobre O Que É “Ter Razão”

Seguem abaixo 15 dicas adaptadas a partir de um conjunto de artigos publicados na revista eletrônica World Observer, incluindo meus comentários particulares, compilando comportamentos e pensamentos saudáveis que colocarão nossa vida em equilíbrio e consequente bem-estar. Resolvi compartilhar tais dicas, pois as mesmas são repetidas vezes ouvidas em seminários motivacionais, em orientações religiosas, em sessões de coaching, etc., o que prova que precisamos insistir mais um pouco…e mais um pouco…e mais um pouco nos pontos a seguir (ao final, faça também uma visita ao meu site – www.danielmendonca.com.br – e pesquise meus artigos sobre Coaching, Aconselhamento e Humanização).

Vamos lá:

Desista da sua necessidade de estar sempre certo

Há tantos de nós que não podem suportar a ideia de estarem errados – querem ter sempre razão –, mesmo correndo o risco de acabar com grandes relacionamentos ou causar estresse e dor, para nós e para os outros. E não vale a pena, mesmo. Sempre que você sentir essa necessidade “urgente” de começar uma briga sobre quem está certo e quem está errado, pergunte a si mesmo: “Eu prefiro estar certo ou ser gentil?” Que diferença fará? Seu ego é mesmo tão grande assim?

Meu comentário: O mundo está além da vitória e a felicidade não é garantida pela inteligência e pela certeza das coisas, mas pela nossa capacidade de desapegar.

Desista da sua necessidade de controle

Estar disposto a abandonar a sua necessidade de estar sempre no controle de tudo – situações, eventos, pessoas, etc., sendo eles entes queridos, colegas de trabalho ou apenas estranhos que você conheceu na rua – deixe que eles sejam. Deixe que tudo e todos sejam exatamente o que são e você verá como isso irá o fazer se sentir melhor.

Meu comentário: Vejamos um exemplo de incoerência: você não gosta de ser abordado por fanáticos religiosos querendo te converter, mas sente-se à vontade ficar dizendo às pessoas o que é o certo e o que é errado. E sei que muitos que lerão esta frase acharão que não tem nada a ver uma coisa com a outra.

Pare de culpar os outros

Desista desse desejo de culpar as outras pessoas pelo que você tem ou não, pelo que você sente ou deixa de sentir. Pare de abrir mão do seu poder e comece a se responsabilizar pela sua vida.

Meu comentário: As pessoas se enganam, achando que o mundo se movimenta de maneira aleatória, como um grande globo em sorteio de loteria. Na verdade, a lei da causa-e-efeito é imperativa. Exemplo simples: presenciei dois homens tentando convencer um grupo de pessoas a agirem de determinada maneira. O primeiro homem a tentar, fracassou. O segundo homem utilizou as mesmas palavras, mas convenceu. O primeiro homem julgou que as pessoas não gostavam dele e o estavam boicotando, tendenciosas para o lado do segundo homem…mas não levou em conta que o histórico profissional e familiar de perfeita idoneidade do segundo homem pesou na decisão daquelas pessoas.

Abandone as conversinhas autodestrutivas

Quantas pessoas estão se machucando por causa da sua mentalidade negativa, poluída e repetidamente derrotista? Não acredite em tudo o que a sua mente está te dizendo – especialmente, se é algo pessimista. Você é melhor do que isso.

Meu comentário: Certa vez publiquei breve fala para orientar a respeito disso. Replico-o a seguir:

Quando você, colaborador, estiver envolvido por decisões e iniciativas aparentemente positivas do seu líder – por exemplo, uma rodada coletiva de discussão, um ciclo de testes ou treinamento, ou um redirecionamento seu e dos seus colegas para a execução de tarefas novas ou pouco habituais –, porém pouco compreensivas em relação aos reais objetivos dessa liderança, não reclame. Não questione. Não saia pelos corredores “vendendo a crise”, antes que as coisas realmente se tornem claras. Muitas vezes, a clareza só vem na última página do livro que estamos lendo, ou seja, só passamos a entender as coisas após obtermos algum tipo de resultado. O caminho muitas vezes não é compreendido por quem o transita. Só quando se depara com destino, é que surge a compreensão. Algumas vezes, o perfeito entendimento durante o caminho é um privilégio das pessoas sábias, e, meu caro, infelizmente, quase que a totalidade de nós não é. Por isto, tenhamos paciência. Na dúvida, observe atentamente ao teu lado: sabe aquele profissional que a empresa tem como “colaborador exemplar”? Pois então: enquanto você está se remoendo por conta da incompreensão dos fatos, ele está dançando conforme o ritmo da música. E você, por que não dançar também?

Deixe de lado as crenças limitadoras

Deixe de lado as crenças limitadoras sobre quem você pode ou não ser, sobre o que é possível e o que é impossível. De agora em diante, não está mais permitido deixar que as suas crenças restritivas te deixem empacado no lugar errado. Abra as asas e voe!

Meu comentário: um grande executivo amigo meu, de vinte e poucos anos, numa cidade de interior, me procurou para me informar de sua frustração por não ter crescido profissionalmente como os executivos que sempre tivera como referência. Salientou que alguns dos seus amigos foram para as capitais e se tornaram Diretores em grandes empresas. Ele falou durante alguns minutos sobre esta frustração. Ao terminar, comentei: eu imagino que se eu for até esses seus amigos e abordá-los, eles irão dizer que trocariam de lugar contigo. O que eu vejo é que possivelmente você esteja sofrendo da crise da “grama do vizinho”. Você manteve uma imagem de referência sobre “o que é ser um profissional bem-sucedido” e não parou para avaliar que você já é um profissional bem-sucedido, só que sob um molde diferente daquela referência.

Numa outra situação, minha filha chegou até mim e questionou: “pai, o Pedro é muito mais inteligente do que eu, responde tudo muito rápido na sala de aula e eu não consigo acompanha-lo. Eu não sou nada inteligente”. Daí, então, respondi: filha, sendo isto verdade, você precisa reconhecer que no mundo haverá pessoas melhores do que nós, mas que isto não é impeditivo algum para sermos grandiosos. Aliás, muitas pessoas inteligentes não foram nada grandiosas, ou foram de um modo bem inconveniente para a sociedade. O fato é que inteligência não é o suficiente para tornar uma pessoa bem-sucedida. Fique tranquila e continue confiando no fato de você ser uma ótima pessoa, de coração.

Pare de reclamar

Desista da sua necessidade constante de reclamar daquelas várias, várias coisas – pessoas, momentos, situações que te deixam infeliz ou depressivo. Ninguém pode te deixar infeliz, nenhuma situação pode te deixar triste ou na pior, a não ser que você permita. Não é a situação que libera esses sentimentos em você, mas como você escolhe encará-la. Nunca subestime o poder do pensamento positivo.

Meu comentário: uma ótima frase budista que serve para este cenário: “é muito melhor você calçar pantufas, do que tentar espalhar carpetes pelo mundo”. Acredite, tudo do que você precisa está dentro de sua mente. Se não souber encontrar as respostas, sugiro começar a exercitar a meditação. Você assistirá grandes transformações. Você não acredita, mas eu pergunto: já tentou? Uma vez me disseram que tomar ao menos três litros de água por dia mudaria minha vida. Eu também achei um exagero, até que resolvi manter esta rotina.

Esqueça o luxo de criticar

Desista do hábito de criticar coisas, eventos ou pessoas que são diferentes de você. Nós somos todos diferentes e, ainda assim, somos todos iguais. Todos nós queremos ser felizes, queremos amar e ser amados e ser sempre entendidos. Nós todos queremos algo e algo é desejado por todos nós.

Meu comentário: Afinal de contas, a quem estamos agradando criticando as pessoas? Já parou para pensar que, ao termos este tipo de tendência, acabamos por ter ganhos de curto prazo (para o nosso ego) e perdas muito expressivas a médio e longo prazo (como, por exemplo, o distanciamento das pessoas que mais gostaríamos de estar ao lado)?

Desista da sua necessidade de impressionar os outros

Pare de tentar tanto ser algo que você não é só para que os outros gostem de você. Ou mesmo, não se preocupe em tentar mostrar às pessoas o quanto você é bom, mesmo que você seja realmente bom. Não funciona dessa maneira. No momento em que você pára de tentar com tanto afinco ser algo que você não é, ou querer convencer as pessoas através de discursos em vez de ações, no instante em que você tira todas as máscaras, aceita quem realmente é ou se liberta da necessidade de ser percebido, vai descobrir que as pessoas serão atraídas por você – sem esforço algum.

Meu comentário: É igual a história da água e da meditação. Você precisa experimentar, para compreender. Por enquanto, você estará apenas entendendo o que está sendo dito aqui, mas compreender necessita de exercício, de prática. Toda vez que tiveres necessidade de impressionar alguém, desvie sua atenção para outro assunto, outra atividade, outra informação. Relaxe, companheiro. Aliás, você sabia que quando uma pessoa tenta se mostrar, todos percebem que a coisa está ocorrendo de um modo meio forçado, não natural? Às vezes fica até vexatório, situação que, acredito, ninguém gosta de passar.

Abra mão da sua resistência à mudança

Mudar é bom. Mudar é o que vai te ajudar a ir de A até B. Mudar vai melhorar a sua vida e também as vidas de quem vive ao seu redor. Siga a sua felicidade, abrace a mudança – não resista a ela.

Meu comentário: Afinal de contas, por que tanto essa história de que “precisamos mudar”? Eu explico: precisamos mudar – e precisamos mudar o tempo todo – para testar a todo instante novas possibilidades, tornando nossa mente cada vez mais flexível, o suficiente para sermos pessoas mais compreensivas, desprendidas, desapegadas e agregadoras. O Mundo precisa cada vez mais de pessoas assim, não de pessoas mais inteligentes. Ou seja: precisamos de pessoas sábias. Entendeu por que mudar é importante? E em meio ao ciclo de mudanças, você retornará a pensamentos, ideais e cenários antes já vividos por você e verá as coisas de um modo diferente e perceberá que estará evoluindo cada vez mais, se tornando alguém iluminado. Acredite nisso. Vale muito a pena.

Esqueça os rótulos

Pare de rotular aquelas pessoas, coisas e situações que você não entende como se fossem esquisitas ou diferentes e tente abrir a sua mente, pouco a pouco. Mentes só funcionam quando abertas.

Meu comentário: Mente tranquila, longe de apegos, reforça o ser humano bem-sucedido: Qualquer pessoa estará em grande sofrimento se estiver rodeada de percepções incorretas, certo? O problema é que muitas das nossas percepções – se não a grande maioria – tendem a ser errôneas, fruto do fato de estarmos cada vez mais imersos num mundo condicionado, abrangendo inclusive o mundo empresarial. Valendo-me de um exercício empregado por um grupo de estudiosos sobre este tipo de questão, repasso a seguinte sugestão: num pedaço de papel a ser pregado na parede, com letra bem bonita, escreva “Você tem certeza? ”. Em qual parede você irá pregar a frase, eu não sei, mas se puder, faça isso num local no qual você possa visualizá-la ao menos duas vezes ao dia. Cada vez que você se deparar com esta frase – “Você tem certeza? ” –, dedique-se alguns segundos ao silêncio…apenas isso.

Abandone os seus medos

Medo é só uma ilusão, não existe – você que inventou. Está tudo em sua cabeça. Corrija o seu interior e, no exterior, as coisas vão se encaixar.

Meu comentário: O problema não é ter medo. O problema é se você irá ou não fazer o que precisa ser feito, APESAR do medo. É uma questão de ter um autêntico objetivo, que seja maior do que o medo…e, não, não….é provável que o medo continuará por lá. Mas você fará o que precisa ser feito e é isto que interessa.

“A única coisa de que você deve ter medo é do próprio medo” Franklin D. Roosevelt

Desista de suas desculpas

Mande que as desculpas arrumem as malas e diga que estão demitidas. Você não precisa mais delas. Muitas vezes nos limitamos por causa das muitas desculpas que usamos. Ao invés de crescermos e trabalharmos para melhorar a nós mesmos e nossas vidas, ficamos presos, mentindo para nós mesmos, usando todo tipo de desculpas – desculpas que, 99,9% das vezes, não são nem reais.

Meu comentário: Um Diretor de uma Grande Empresa, a um bom tempo insatisfeito com a atuação de um dos seus gerentes, decidiu oferecer a ele uma nova posição na empresa. Porém, esta posição era, de certa maneira, uma posição “ingrata”, associada a atividades que poucos gostariam de conduzir. A oferta foi feita pelo Diretor com um tom de privilégio concedido ao gerente, mais especificamente no contexto de “um grande desafio”. Mas não era isso. O gerente, ao final, declinou, dando o motivo que faltava ao Diretor para realizar sua demissão. Na verdade, muito mais do que um motivo: o que o Diretor estava atrás era de algo que “limpasse sua consciência”, se colocando no papel de um líder benevolente; na verdade, um falso líder, que se esconde atrás do discurso “eu fiz o que pude por ele”. Um verdadeiro líder não utiliza artimanhas para tomar decisão em relação às pessoas que lidera. A integridade, sinceridade e honestidade devem ser algumas de suas marcas. Por fim, um verdadeiro líder não se esconde em relação às dificuldades dos seus liderados, muito menos quando estes últimos também ocupam posições de liderança. Ao contrário, assume a responsabilidade de reverter quadros negativos, como também de elevar o nível de competência de toda a equipe. Não joga com as pessoas – deixe isto para quem gosta de ler e praticar as “48 Leis do Poder” –, mas, sim, oferece a elas um convívio honrado, de respeito mútuo.

Deixe o passado no passado

Eu sei, eu sei. É difícil. Especialmente quando o passado parece bem melhor do que o presente e o futuro parece tão assustador, mas você tem que levar em consideração o fato de que o presente é tudo que você tem e tudo o que você vai ter. O passado que você está desejando – o passado com o qual você agora sonha – foi ignorado por você quando era presente. Pare de se iludir. Esteja presente em tudo que você faz e aproveite a vida. Afinal, a vida é uma viagem e não um destino. Enxergue o futuro com clareza, prepare-se, mas sempre esteja presente no agora.

Meu comentário: até o momento, tenho percebido que cada segundo que utilizo para repensar algo que aconteceu comigo é um segundo de desatenção a algo que eu tenho que estar fazendo agora. Fui percebendo isso aos poucos. Hoje, quando me pego pensando no passado, volto imediatamente para o presente e percebo de cara que alguma coisa passou por mim e não percebi (um sorriso de alguém, algumas palavras em meio a um discurso, o cheiro do café que acabara de ser feito, etc.). E pior do que termos perdido algo no passado, é perdermos algo tão imediato, por desatenção. Em suma: vale muito a pena focar no presente.

Desapegue do apego

Este é um conceito que, para a maioria de nós é bem difícil de entender. Você melhora a cada dia com tempo e prática. No momento em que você se desapegar de todas as coisas, (e isso não significa desistir do seu amor por elas – afinal, o amor e o apego não têm nada a ver um com o outro; o apego vem de um lugar de medo, enquanto o amor… bem, o verdadeiro amor é puro, gentil e altruísta, onde há amor não pode haver medo e, por causa disso, o apego e o amor não podem coexistir), você irá se acalmar e se virá a se tornar tolerante, amável e sereno… Você vai alcançar um estado que te permita compreender todas as coisas, sem sequer tentar. Um estado além das palavras.

Meu comentário: Falar de desapego é complicado. Dá vontade de escrever um livro inteiro sobre este assunto. Em vez disso, vou reutilizar uma frase que resume muito bem a questão: o verdadeiro rico não é aquele que possui muitas coisas, mas aquele que aprende a viver sem a necessidade das coisas. Para este indivíduo, o mundo realmente é algo infinito; não há fronteiras.

Pare de viver a sua vida segundo as expectativas das outras pessoas

Pessoas demais estão vivendo uma vida que não é delas. Elas vivem suas vidas de acordo com o que outras pessoas pensam que é o melhor para elas, elas vivem as próprias vidas de acordo com o que os pais pensam que é o melhor para elas, ou o que seus amigos, inimigos, professores, o governo e até a mídia pensa que é o melhor para elas. Elas ignoram suas vozes interiores, suas intuições. Estão tão ocupadas agradando todo mundo, vivendo as suas expectativas, que perdem o controle das próprias vidas. Isso faz com que esqueçam o que as faz feliz, o que elas querem e o que precisam – e, um dia, esquecem também delas mesmas. Você tem a sua vida – essa vida agora – você deve vivê-la, dominá-la e, especialmente, não deixar que as opiniões dos outros te distraiam do seu caminho.

Meu comentário: Uma coisa importante que tenho comentado em palestras que eventualmente conduzo: se tirássemos as câmeras e os celulares das mãos das pessoas, provavelmente iriamos falir as agências de viagens e impactar fortemente a economia em torno do turismo pelo mundo todo. É incrível: conheço pessoas que visitaram vários países, e, inclusive, já foram mais de dez vezes para um mesmo país – geralmente, Estados Unidos da América –, e não conheceram nada, não aprenderam nada, só consumiram e tiraram fotos. Não conseguem conversar conosco nem sequer um minuto acerca da cultura do local visitado. E é até constrangedor mostrarmos que, sem termos feito a mesma viagem, sabemos muito mais do que essas pessoas. E por que estou falando sobre isto? Simplesmente porque este cenário medíocre está se tornando um padrão na sociedade e as pessoas estão transferindo essa mediocridade para suas posições de trabalho e para a educação dos seus filhos…e até mesmo para o relacionamento com os cônjuges. Tudo está ficando superficial demais e é por isso que estamos encontrando cada vez menos pessoas qualificadas para trabalhar e para terem uma família. Dá para esperar que pessoas assim consigam ser produtivas, que estejam, neste momento, pensando em coisas para desenvolver, para investir, para melhorar cada vez mais nossa forma de vida? Isso era o que os nossos avós faziam e estamos nos distanciando cada vez mais dessa postura. Mas, então: você vai continuar assim, ou usar o seu tempo e dinheiro para desenvolver algo útil? Para aprender e utilizar o que aprendeu? Para somar…

Mais uma vez, gostaria de reforçar: liberte sua mente, para abrir infinitos caminhos!

Concluirei este artigo com uma boa citação:

“Lembre-se: ninguém pode fazer você se sentir inferior sem o seu consentimento” – Eleanor Roosevelt